quinta-feira, 24 de março de 2011

Barley Wine 1.0 - muitos acertos e erros

Quem vê essa foto deve estar pensando: como esses caras falaram que vão fazer a cerveja e já a estão bebendo? Calma, esta é apenas uma Baden Baden Double Red Ale, no brinde após o término da brassagem. Mas agora, vamos à história na nossa leva.

Depois de ficar meses sem produzir cervejas, voltamos para um desafio e tanto. Faríamos nossa primeira Barley Wine (cerveja com extrema concentração de malte) no novo equipamento, ainda não testado. E, para complicar ainda mais, aproveitaríamos o excesso do malte para fazer um Parti Gyle, ou seja, continuar lavando o malte e gerar uma cerveja mais leve, fazendo 2 cervejas em uma brassagem só. A Barley Wine teria 40 litros finais, e a Pale Ale 17 litros.

Então, partimos para o que interessa. Após moer e esquentar a água, vimos que as 2 coisas juntas não cabiam em uma panela de 64 litros. Aí, já complicou tudo, pois fizemos uma brassagem em 2 panelas, utilizando nossas antigas de 32 litros ao mesmo tempo. Reparem a quantidade de malte na panela.


Já com as duas panelas, aproveitamos para usar nosso novo termômetro digital (no alto do suggar). Este fio da foto acima é justamente dele, que facilita bastante o controle da temperatura durante a brassgem.


Nossa nova bazooka, mesmo com toda adversidade, funcionou muito bem, sem entupir. E conseguimos levar para fervura, sem problemas, as 2 cervejas: uma Barley Wine com OG 1095, e uma Pale Ale com OG 1041. O resultado foi ótimo, o problema maior foi a água, pois a grande quantidade de malte sugou ela, e chegamos ao final da fervura com cerca de 30 litros da barley e uns 15 da pale ale. Como ja era domingo a noite, não havia mais como ir atrás de mais água e nem a necessidade, pois terminamos com elas numa densidade muito boa. A grande quantidade de malte e pouca água na brassagem (para caber na panela) fizeram com que nossa eficiência ficasse baixa, logo colocar mais água deixaria a cerveja quase que fora do estilo. Veja como ficou a amostra retirada logo após a fervura


Na hora de fermentar, mais um improviso. Tínhamos previsto utilização de 3 tanques para produzir 20 litros em cada. Não seria interesante dividir a barley em 2, pois deixaria espaço demais sobrando nos fermentadores, facilitando oxidação. Logo, colocamos uma leva 100% barley, com OG 1095, utilizando um pacote de S-05 e outro de T-58. E outra com um blend das duas cervejas e mais 2 pacostes de S-05. O que sobrou, ficou numa garrafa de 5 litros de água mineral com um pouquinho de S-05 e seja o que Deus quiser. A idéia é utilizar alguma fruta nela durante a maturação, fazendo alguns testes. Na foto abaixo, o freezer novo com o controle de temperatura explicado nos posts anteriores funcionando.



Agora, nos resta esperar a fermentação e maturação. Após cerca de 1 semana de fermentação (esperada), a Barley Wine ficará maturando por mais de 1 mês.

Nos próximos posts, a receita detalhadamente e as cervejas degustadas ao longo da produção.

Até lá!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Configuração e operação do controlador de temperatura TLZ10

Depois do controlador montado conforme post anterior, chegou a hora de ligar o aparato, testar e configurar. Assim que ligamos o plugue macho na tomada, o controlador liga e passa a indicar a temperatura. Se tudo estiver correto, a temperatura ambiente será indicada. Com um isqueiro ou fósforo, podemos dar um calor no sensor para ter certeza de que a medição está correta. Esta é a primeira etapa.

Com o sensor funcionando, precisamos testar se o controlador está funcionando, isto é, ligando e desligando a energia em função da temperatura medida. Para este teste, recomendamos utilizar um aparelho elétrico simples, como um ventilador. O display frontal indica qual é o estado de saída de energia, o “out” conforme marcado no desenho abaixo. Se estiver aceso, o ventilador deve ligar quando o conectarmos no plug fêmea na saída do controlador. Se estiver apagado, o ventilador deve continuar desligado.


Para fazer testes mais elaborados e deixar o controlador funcionando redondo da forma desejada, precisamos conhecer os parâmetros disponíveis e compreender o funcionamento. O manual do aparelho tem estas especificações, inclusive como acessar os parâmetros, pressionando a tecla “P” por alguns segundos. O primeiro parâmetro a configurar é “Func”, que tem duas opções: “CooL” e “HEAt”. O comportamento de vários outros parâmetros depende do que escolhemos para “Func”. Como nosso objetivo é resfriar, ligando ou desligando o freezer, vamos escolher a opção “CooL”.

O parâmetro mais importante e que será mais alterado durante a operação do aparelho é o “SP”, que é a abreviatura de Set Point. Aqui inserimos a temperatura que desejamos manter, digamos 18ºC para uma Ale. O funcionamento básico do controlador é determinado pelos parâmetros “SP” e “HSet”. O parâmetro “HSet” determina o diferencial de temperatura do “SP” a partir do qual o controlador é atuado. Por exemplo, se temos um “SP” de 18ºC e um “HSet” de 2ºC, sempre que o sensor estiver com uma temperatura acima de “SP” + “HSet” (20ºC), a saída será ligada. A saída será desligada assim que o sensor acusar uma temperatura menor ou igual a “SP”. O vídeo abaixo demonstra este comportamento com os parâmetros SP=35 / HSet=1,5 / Func=CooL.



Outra funcionalidade interessante do controlador é a de proteção do equipamento atuado, no nosso caso, o freezer. O objetivo é evitar que se fique desligando e ligando o equipamento toda hora, em intervalos curtos, o que poderia danificar o freezer ou diminuir a sua vida útil. Esta funcionalidade é atingida com a configuração de 2 parâmetros, “Ptc” e “PSC”. O “PSC” determina o modo de proteção, que tem 3 opções. O modo de mais fácil compreensão e que me parece fazer mais sentido no nosso caso, é o modo “PSC”= 2 : Delay after power off. Neste modo, o controlador só ligará o freezer “Ptc” minutos após a última desligada, caso a condição de “SP” + “HSet” seja atendida, conforme explicado anteriormente. A temperatura pode continuar subindo, que o freezer só será ligado após o intervalo de tempo especificado em “Ptc” após o último desligamento. Abaixo um gráfico retirado do manual explica este comportamento.

GRÁFICO RETIRADO DO MANUAL COM PSC=2

Há outros parâmetros que podem ser configurados para alguns detalhes como unidade de temperatura (C ou F), tipo de sensor (temopar tipo N ou P), número de casas decimais e alguns outros. Há a funcionalidade de operação em modo de falha, que pode ser interessante, determinando o intervalo em que a saída fica ligada e desligada caso o sensor dê algum problema. O difícil é conseguir calibrar estes intervalos, mas não é uma funcionalidade a se desprezar.

Esperamos que estas explicações sejam úteis e suficientes para que os amigos cervejeiros consigam controlar suas temperaturas de fermentação e maturação da forma mais precisa possível, fazendo cervejas cada vez mais gostosas! Mandem para a gente!!! ;-)

Um abraço e boas cervejas!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Montando um controlador de temperatura TLZ10

Os amigos cervejeiros sabem da importância da temperatura ao longo de todo o processo de produção de cerveja. Um controlador de temperatura em conjunto com resistores pode ser útil na rampa durante a brassagem para o pessoal que usa eletricidade. No entanto, indiscutivelmente, a maior utilidade do controle de temperatura é nas fases de fermentação e maturação.

Nas fases de fermentação e maturação, precisamos manter a temperatura estável, em níveis baixos, especialmente para as “Lagers”, considerando que moramos em um país tropical abençoado por Deus. Com este objetivo, colocamos nossos fermentadores em freezers por algumas semanas, mas precisamos especificar a temperatura a ser mantida, funcionalidade que a grande maioria dos freezers comerciais “baratos” não oferece. Aí entra o controlador de temperatura que liga e desliga o freezer para manter a temperatura que queremos.

Como o objetivo deste post não é discorrer sobre a necessidade do controle de temperatura e seus efeitos, vamos direto ao controlador. Na foto abaixo vemos o TLZ10, fabricado pela Coel, que pode ser comprado em lojas especializadas em refrigeração. Para quem mora no Rio de Janeiro, há várias lojas especializadas na Rua Mem de Sá. Pagamos R$ 97,00.


Há vários blogs e páginas cervejeiras que tratam deste assunto, com outros controladores. Vale uma lida, com certeza! Abaixo uma lista:

Antes de começar a montar, é sempre importante ler o manual com calma. Aqui encontramos o manual em português e inglês. Do manual, a parte mais importante para montar e colocar a engenhoca para funcionar é o desenho abaixo.

Esquemático de ligação do TLZ10 - Painel traseiro

Do desenho acima, os pontos de conexão importantes são 1 e 2, 4 e 6, 10 e 11. Conforme marcamos em vermelho no desenho acima, o esquema que vamos usar é com a chave entre os pontos 4 e 6. Como vemos, só há uma chave para uma linha, ou seja, uma fase. Para quem já montou um interruptor, sabe que só uma fase é importante para o interruptor, sendo cortada ou não, e a outra fase passa direto. O controlador funciona assim, abrindo ou fechando o circuito entre os pontos 4 e 6. Agora, podemos entender como será feita a montagem, esquematizada abaixo: uma fase alimenta o controlador, na entrada 1 e segue direto para a saída. O controlador atua na outra fase. Além disso, a outra fase também é utilizada para alimentar o controlador.


De forma mais sintética, uma fase é utilizada para alimentar o controlador e vai direto para a saída, o freezer. A outra fase, além de alimentar o controlador, entra nos pontos 4 e 6, para ser atuada pelo controlador, dependendo da temperatura. Atenção para não juntar as duas fases, fazer curto circuito e queimar o controlador!!! Para quem não tem intimidade com elétrica, pode pensar em uma fase com um fio.

As conexões 10 e 11 não devem dar problema. É só conectar o sensor que vem com o aparelho. Duas pernas (fios), duas conexões, sem segredo.

Na foto abaixo, vemos tudo isto montado. Prepare a os fios, o alicate, estilete para desemcapar os fios, fita isolante e mãos à obra! Cuidado nos terminais 1 e 2 para não encostar os 2 fios. É curto na hora! Tentamos identificar em azul e vermelho o emaranhado de fios para fazer o paralelo com o esquemático anterior.



Abaixo colocamos mais duas fotos do controlador e a fiarada. Esperamos que ajude os amigos cervejeiros a controlar a temperatura de suas preciosas fermentações e maturações. Nos próximos posts, vamos explorar os parâmetros e a operação deste controlador.



Um abraço e que nossas cervas continuem DELICIANTES!

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