Para terminar (e começar) o ano, uma reflexão bem humorada sobre nós, os cervejeiros. Para beber e rir, não necessariamente nesta mesma ordem.
E primeiro, vou começar sobre uma coisa que nunca entendi, e continuo sem entender: porque um cervejeiro trata o cornélius como uma coisa tão normal? A grande maioria das pessoas do mundo morrer de medo, se desesperam. Tem ciúmes, contratam detetive particular para evitar o mal. E o cervejeiro? Ele compra cornélius, e paga caro. Exibe-o orgulhoso para os amigos degustarem através dele. Quanto mais, melhor! E todo mundo acha tão normal o cornélius do amigo... Quando brameiro recebe um cornélius a coisa fica preta, fecha o tempo mesmo.
Mas o cervejeiro é um cara excêntrico. Ele demora 1 mês para poder beber uma cerveja com a cara e gosto estranhos, quando ele podia ir no mercado e comprar uma cerveja Boa por 1 real. É só gelar e pronto. Tão mais fácil, prático e econômico. Isso sem falar quando ele paga 20 reais numa long neck de uma cerveja só porque ela é importada. E o pior, a Brahma já cansou de ganhar prêmios de melhor cerveja do mundo... mas tem sempre uns do contra.
Depois, ao invés de ser macho e virar um copo de cerveja de uma vez, nós olhamos, cheiramos. Aí, olhamos de novo, sacudimos. Cadê a espuma? Aroma floral, cítrico? Bem, depois disso é hora de beber. Então, o cervejeiro põe o líquido na boca, depois de 2 minutos cheirando e olhando, e fica pensando, refletindo... Olho de novo. Nariz mais uma vez. E mais uma vez direto para a boca. E o brameiro fica olhando, cheirando a cerveja dele e pensando: "acho que esse cara é doido ou essa tal de cerveja artesanal deve dar uma onda diferente..."
Mas cerveja gostosa é mais que isso. É fazer amigos, aprender, estudar, descobrir um pouco da história do mundo através delas e, sobretudo, provar aromas e sabores diferente e deliciosas a cada dia.
Nós do Homini Lúpulo desejamos a todos um Ano de 2011 com muita produção caseira, muita conversa jogada fora e muita cerveja jogada para dentro.
Muito bom texto!
ResponderExcluirTrouxe à minha memória o decorrer desse ano, em que passei aos poucos a conhecer as cervejas artesanais.
E legal foi ver até mesmo a evolução do meu paladar... Comecei muito fã das mais doces (e continuo fã) e detestando as muito lupuladas.
Hoje, sou grande apreciador das bem lupuladas, principalmente a IPA, além de outras, que eu no início julgava serem sem graça.
Para quem não está habituado a essas cervejas, e as considera "esquisitas", aí vai o recado: tente entender o sabor que está sendo passado às suas papilas gustativas. Ao identificar as diferentes substâncias que derivam sabor à cerveja, passará a valorizá-la cada vez mais, de acordo com a evolução do seu paladar a elas.
Outra coisa que fui percebendo ser fundamental: o momento de degustação. Não adianta! Se for beber certas cervejas de barriga cheia de comida; ou se estiver com a boca muito condimentada (de pimenta, alho, cebola, açúcares fortes, ou temperos cujo gosto demora a sair do paladar) a cerveja descerá mal.
A causa disto é evidente: o gosto forte na boca fica impregnado e não deixa as células perceberem bem novos sabores entrantes. Nessa hora, o ideal é ingerir alguns copos de água e bochechar bem, para lavar as papilas!
Para finalizar, Bernardo, desejo que você, ao chegar em casa, se depare com vários cornélius trazidos pela sua esposa. E quando isso acontecer, ME CHAME, pois quero conhecê-los!!! rsrs
Boa! Esse aí é um dos primeiros beervangelizado por nós! ahahah... todos nós cada vez vamos mais e mais desenvolvendo o paladar. é um processo de constante evolução.
ResponderExcluirAgora, vou ter que te corrigir numa coisa, meu caro amigo. Na questão das comidas. Deve-se escolher bem as comidas que vao acompanhar sua cerveja, buscando harmonizações, seja por semelhança ou por contraste. Porém, não existem restrições. Há cervejas que combinam com comidas condimentadas, com pimenta, açúcares fortes e por aí vai.
é só conhecer qual vem bem com o que... as possibilidades são infinitas!
abração!!
ps. Se Deus quiser, os cornéluis irão tb visitar o seu lar.