Após mais de 2 semanas de carbonatação na garrafa, a primeira Carioca Ale foi degustada. Essa foi a primeira leva deste estilo desenvolvido pela Homini Lúpulo, tendo como uma base uma blonde ale inglesa com adição de mel da fermentação. Assim, nossa idéia era ter uma cerveja saborosa e lupulada, mas com um leve sabor do mel.
E o resultado desta experiência foi uma cerveja leve, com o amargor e sabor do lúpulo (25IBU) equilibrando com dulçor mel. O aroma ficou leve e agradável. A coloração ficou um pouco mais clara do que o desejado, nada que um pouco mais de malte caramelado na próxima leva não resolva.
A carbonatação com cerca de 6,5g/L de açúcar ficou na medida.
Em breve umas fotos desta nova delícia produzida em casa, que só vai melhor a cada dia de guardada.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Resultado da Carioca Ale
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Reflexão sobre a importância da informação
Domingo, vários amigos se juntaram para beber. E, claro, procuramos um lugar onde pudéssemos encontrar boa cerveja a um preço razoável e acabamos sempre na mesma opção: Boteco Colarinho (todos moram nos arredores do Flamengo). Vários chopes de qualidade, comida gostosa. Até aí, tudo bem. Mas foi quando o comentário de uma amiga pouco conhecedora de cervejas me chamou atenção. então, vamos à história completa do início.
Certa vez tínhamos ido ao Herr Brauer, e foi o seu primeiro contato com as diversas cervejas que existem fora da redoma Ambev. E, claro, a descoberta foi mais agradável porque à mesa tinham pessoas que entendiam e podiam explicar o que era cada cerveja, qual sua história, o que esperar dela. E ao contar disso para a mãe, a mesma achou uma pena não ter ido apesar de ser uma "bebedora de vinho". Fiquei com isso na cabeça até hoje. Ou seja, beber e entender um pouco mais seria muito interessante, mesmo não sendo uma bebida de sua preferência, mas o passeio por aquela vasta e obscura cultura teria sido muito bom, mesmo ela sendo totalmente leiga sobre o assunto.
Pois então, vou logo ao cerne da questão: afinal, o bar não deveria proporcionar isto ao cliente? Se você vai à Casa da Suíça o maitre te explica como é feito cada molho, cada corte de carne e o que mais se quiser saber. Ele está ali para tornar aquela experiência o mais completa possível, valorizando-a. Quando nós, cervejeiros caseiros, chamamos amigos para beber a nossa cerveja, escolhemos um copo especial, contamos como foi feita, sua história e tudo que vier à cabeça sobre o tema. Queremos fazer da nossa cerveja algo inesquecível para aquela pessoa, afinal, ela é de fato única!
Quando falamos que o público para cervejas especiais está crescendo, é importante também que os lugares estejam dispostos a fazer este público entender e apreciar. Não basta ter uma Urquell no cardápio e servir como se fosse uma Skol e em um copo qualquer. Claro, tratá-la como algo fabuloso não é o caminho, pois afasta as pessoas, mas se ela é especial, merece ser servida com carinho.
O garçon precisa saber o que ele está vendendo, como servir apropriadamente. Ou então, que tenha uma pessoa especializada neste assunto que possa dar uma consultoria básica para os desavisados sobre cerveja. Assim, cada vez mais nossa arte estará sendo tratada bem, e certamente terá novos "devotos", pois a qualidade, o sabor e a experiência única conquistam os mais experientes a cada dia. E aos iniciantes então? Sentar à mesa e beber algo do qual não se conhece e não se entende, e ainda pagar caro por isso não tem muito sentido. Não é a toa que o chope Brahma é o que mais sai, mesmo tendo opções muito melhores. Quando não se tem idéia do que estamos fazendo é melhor nem fazer, logo, acabamos optando pelo conhecido e seguro.
A conclusão seria: uma Urquell bem servida e se sabendo o que está bebendo se torna ainda mais saborosa.
Certa vez tínhamos ido ao Herr Brauer, e foi o seu primeiro contato com as diversas cervejas que existem fora da redoma Ambev. E, claro, a descoberta foi mais agradável porque à mesa tinham pessoas que entendiam e podiam explicar o que era cada cerveja, qual sua história, o que esperar dela. E ao contar disso para a mãe, a mesma achou uma pena não ter ido apesar de ser uma "bebedora de vinho". Fiquei com isso na cabeça até hoje. Ou seja, beber e entender um pouco mais seria muito interessante, mesmo não sendo uma bebida de sua preferência, mas o passeio por aquela vasta e obscura cultura teria sido muito bom, mesmo ela sendo totalmente leiga sobre o assunto.
Pois então, vou logo ao cerne da questão: afinal, o bar não deveria proporcionar isto ao cliente? Se você vai à Casa da Suíça o maitre te explica como é feito cada molho, cada corte de carne e o que mais se quiser saber. Ele está ali para tornar aquela experiência o mais completa possível, valorizando-a. Quando nós, cervejeiros caseiros, chamamos amigos para beber a nossa cerveja, escolhemos um copo especial, contamos como foi feita, sua história e tudo que vier à cabeça sobre o tema. Queremos fazer da nossa cerveja algo inesquecível para aquela pessoa, afinal, ela é de fato única!
Quando falamos que o público para cervejas especiais está crescendo, é importante também que os lugares estejam dispostos a fazer este público entender e apreciar. Não basta ter uma Urquell no cardápio e servir como se fosse uma Skol e em um copo qualquer. Claro, tratá-la como algo fabuloso não é o caminho, pois afasta as pessoas, mas se ela é especial, merece ser servida com carinho.
O garçon precisa saber o que ele está vendendo, como servir apropriadamente. Ou então, que tenha uma pessoa especializada neste assunto que possa dar uma consultoria básica para os desavisados sobre cerveja. Assim, cada vez mais nossa arte estará sendo tratada bem, e certamente terá novos "devotos", pois a qualidade, o sabor e a experiência única conquistam os mais experientes a cada dia. E aos iniciantes então? Sentar à mesa e beber algo do qual não se conhece e não se entende, e ainda pagar caro por isso não tem muito sentido. Não é a toa que o chope Brahma é o que mais sai, mesmo tendo opções muito melhores. Quando não se tem idéia do que estamos fazendo é melhor nem fazer, logo, acabamos optando pelo conhecido e seguro.
A conclusão seria: uma Urquell bem servida e se sabendo o que está bebendo se torna ainda mais saborosa.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
III Mini Concurso da ACervA
No último sábado, dia 11 de setembro, aconteceu o III mini Concurso ACervA Carioca, uma grande confraternização dos associados. A festa foi tão animada que começou por volta das 13h e entrou pela madrugada. O principal momento foi o concurso, propriamente, no qual os membros julgavam as cervejas caseiras, tudo organizado pelo Ricardo Rosa. Infelizmente acabamos não participando por estar sem cerveja recentemente pronta, mas eu, Bernardo, estive lá para dar minha árdua contribuição como jurado.
E o mais curioso foi que a primeira cevreja servida na minha mesa, num total de 7, foi posteriormente escolhida a campeã. Parabéns, Mauro, a witbier com coentro estava ótima mesmo. E para o Fernando, que na sua primeira leva já ficou com o terceiro lugar.
Mauro, o grande vencedor!
Resultado final:
1° Witbier (Mauro Nogueira)
2° India Black Ale (Ricardo Rosa)
3° Robust Porter (Fernando Miranda)
4° Rauchbier (Henrik Boden)
5° Pilsen (cerveiga)
6° Golden Ale com mix de frutas vermelhas (Botto)
A qualidade das cervejas estava muito boa, mantendo um alto padrão de notas. Paralelo ao concurso, os amigos levaram diversas de suas levas caseiras, uns em post mix, outro em garrafas. A verdade é quer era cerveja demais e muita vontade de provar todas. Começamos com uma Amerincan Premium Lager, depois a India Black Ale, a Witbier (campeã). Teve uma Wit do Bode com morango, Bock, IPA e tantas que fica até difícil lembrar de todas. Mas uma certeza fica: o pessoal está acertando na mão. E ainda tivemos a palestra com o Lúcio, explicando melhor a todos sobre o grande passo a ACervA Carioca, a Fermentoteca.
Detalhe do arsenal preparado para o evento pela galera.
O evento foi realizado na Casa do John (minha dupla na foto acima), que no dia estava fazendo uma leva de cerveja no método californiano, com extrato de malte. E após isso, ele organizou o beer pong, jogo em que se posicionam 2 copos em cada lado da mesa de ping-pong e a dupla que tiver o copo atingido durante o ponto bebe. Se acertar a bolinha dentro do copo, a dupla bebe todo o copo (o que só aconteceu uma vez num tiro certeiro do John, claro). E nesse ritmo, a farra foi até tarde...
As fotos foram um cortesia do Bode e da Lu.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
A cerveja e o gás, um caso de amor
É algo tão arraigado ao que imaginamos como cerveja que o gás da cerveja passa despecebido ao se apreciar e valorizar uma boa cerveja. Afinal, não se imagina uma cerveja sem gás, né?
Bem, ela não nasce carbonatada, então os cervejeiros caseiros, antes de engarrafar, podem experimentar uma cerveja sem gás. E realmente ela fica muito mais gostosa e equilibrada gaseificada. Mas como é produzido este gás, no caso, o CO2? Existem basicamente 2 princípos, sendo o primeiro a inserção de CO2 diretamente na cerveja, como é o caso da ampla sorte de marcas industrializadasm, com raríssimas exceções. Desta forma, o CO2 é inserido no momento do envase ou então, quando embarrilhada, a cerveja recebe a pressão na hora de servir. A outra forma é como a gente faz, que é a adição de açúcar durante o envase. Este açúcar se transforma em álcool e CO2. Este açúcar pode ser inserido de diversas forma, como o próprio açúcar puro, açúcar invertido, rapadura, mel e até mesmo o próprio mosto não-fermentado que é riquíssimo em açúcar. A desvantagem deste método de gaseificação natural é que existe sempre a possbilidade de contaminação, por mais ligeira que seja. E este processo também tem um diferencial, pois ele produz uma segunda fermentação na cerveja, alterando-a.
Além dos caseiros, quem se utiliza muito deste princípio são as cervejas feitas com o método champagnoise, como a Deus. Após fermentada e maturada como uma cerveja na Bélgica, ela vai para a França onde recebe uma nova dose de açúcar e fermento (de champagne).
E mais do que isso, cada estilo de cerveja pede uma quantidade de carbonatação. Cervejas ales normalmente são menos carbonatadas que as lagers, enquanto as weizens são bastante carbonatadas (a marca registrada dela é aquele copão com a espuma linda acima do limite do copo). Isso em linhas gerais, pois em cada estilo vamos ter diferentes necessidades.
Explicado isso, vamos entender a importância do gás. Primeiro, ele conserva a bebida, dá uma durabilidade maior. Outro fator importante e muito valorizado é que ele produz a espuma, o famoso colarinho, e eleé muito importante para a qualidade da cerveja.
A espuma ajuda a deixar a cerveja afastada do oxigênio, que oxida deixando um gosto ruim que lembra papelão. Além disso atua como protetor térmico, segurando melhor a temperatura, fator importante em terras brasileiras.
Na parte de degustação, o gás tem grande relevância também. Outro papel dele é liberar com mais facilidade o bouquê da bebida, ou seja, os aromas nela contidos. E ainda mais, ele limpa as papilas gustativas permitindo que se perceba melhor o dos dos alimentos. Aí está uma vantagem em relação à harmozação de vinhos com queijos. Como o gás da cerveja tem essa função, o sabor do queijo será percebido com mais força após cada gole de cerveja, o que não ocorre com o vinho.
Indo mais longe, vale até a pesquisa de que copo favorece determinado estilo de cerveja, e um dos principais parametros para estas escolhas está na relação entre a carbonatação e o estilo da cerveja, com um copo que atenda a estas necessidades.
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